Se houvesse uma máquina do tempo que nos permitisse voltar 20 anos ao passado, e se comunicar com às gerações do início dos anos 2000…
…provavelmente a parte menos crível do nosso discurso seria a de que empresas como McDonald’s hoje fazem campanha publicitária para incentivar um estilo de vida mais saudável de seus consumidores.
Ou até mesmo, explicar para um empresário da década de noventa que no futuro às grandes multinacionais terão abandonado o tradicional dress code executivo, para incentivar seus colaboradores a manifestarem sua própria identidade.
Fred Menezes, CFA da Armor Energia
A realidade é que a geração atual valoriza muito mais o senso de comunidade e bem-estar social.
A realidade é que a geração atual valoriza muito mais o senso de comunidade e bem-estar social. Vivemos um capitalismo em transformação, onde as escolhas do consumidor não são apenas influenciadas pela relação custo/benefício, mas também pela identificação dos valores defendidos das marcas.
De fato, essa tendência tem se intensificado globalmente, impulsionado principalmente pelo discurso ambiental e as consequências do aquecimento global. A conscientização em relação ao risco iminente de uma catástrofe ambiental, que impactaria todo o globo, tem forçado a sociedade a repensar a responsabilidade individual pelo bem coletivo.
Apesar dos grandes avanços tecnológicos e econômicos ao longo do século XX, existiu um grande custo socioambiental inerente ao progresso, que apenas recentemente passou a ser destacado. O planeta possui recursos limitados e um equilíbrio frágil que está sendo testado ao seu máximo, por isso, cada vez mais ações que busquem manter esse equilíbrio, ou, incentivo a fontes renováveis de produção tem se tornado alvo de debate e preocupação em todas as camadas da sociedade.
A ONU estabeleceu uma meta global para que a humanidade possa se tornar “carbono neutro” até 2050.
Isso significa que em aproximadamente trinta anos, as principais economias mundiais se comprometeram a compensar toda a emissão de carbono das mesmas e assim evitar as previsões mais alarmistas de catástrofe ambiental.
O Brasil possui um grande potencial de crescimento no mercado de carbono.
Além do seu vasto território, possui primordialmente uma matriz limpa de energia, as maiores florestas do mundo, e uma capacidade de geração energética solar e eólica ímpar.
Aqueles que ainda acreditam que ESG trata-se de algo passageiro, golpe de publicidade ou discurso ideológico, se enganam. A mudança é uma necessidade e todos somos corresponsáveis por ela.
Fred Menezes, CFA
Sócio fundador da Armor Energia, Fred Menezes é formado em economia pelo INSPER-SP, com mestrado em Engenharia Financeira pela FGV-SP e certificado em finanças pelo CFA Institute. Iniciou sua carreira na mesa de derivativos Latam do HSBC, onde adquiriu experiência em gestão de ativos onshore e offshore, também, participou da construção da mesa de opções de equities do Bradesco BBI, no qual, se especializou em derivativos não lineares. Entrou no mercado de energia através da comercializadora Safira, onde se tornou o Head da mesa proprietária. Após esse período, liderou a estruturação da mesa de trading da comercializadora Paraty. Atualmente é o responsável pela gestão do front-office da Armor Energia.